LINUX TEM TUDO PARA SE DISSOLVER

por Koiti Egoshi

(Artigo originariamente publicado na revista Proteção Hacker de dezembro de 2003)

 

 

Mais uma vez vamos aqui abordar Linux e Windows. Porém, de forma muito diferente, sem aquele tradicional maniqueísmo, porque todo mundo já está cansado daquela briguinha de bandido e mocinho que tem dominado a mídia da Tecnologia de Informação nos últimos tempos. Sempre tem sido aquela mesma ladainha: aqueles aficionados em Linux, têm criticado Windows de instável e vulnerável na Rede e fazendo apologia do pingüim como o mais estável e seguro, além de ser “gratuito”; por outro lado, simpatizantes do sistema operacional mais popular do planeta, tem apregoado o seu modo mais amigável –   user friendly  e seu maior grau de compatibilidade com a maioria dos equipamentos –  plug  &  play, como fatores inquestionáveis de sua liderança mundial, tanto em desktops quanto em servidores.

 

Mas, reconheçamos: a dominação da Microsoft é inquestionável e além do mais, Bill Gates, Paul Allen & Steve Ballmer têm demonstrado muita competência harmonizando eficiência técnica com eficácia empresarial, ao longo dos seus longos anos de sucesso: como não fosse bastante dominar a área de sistemas operacionais de desktops, partiram para redes e sobrepujaram a Novell que dominava o mercado com o seu Netware; desbancaram todos seus concorrentes, com o seu kit Office de produtos para escritório; dormiram um bocado na Rede, mas acordaram a tempo para se levantarem, correrem atrás e mataram de cansaço o browser Navigator da empresa Netscape, desenvolvendo às pressas o Internet Explorer. Tudo com um monte de bugs. Mas valeu a pena porque, conforme informamos em nosso número anterior, a pesquisa da Fundação Getulio Vargas de 2002 constatou que o Windows é líder disparado no mercado de desktops no Brasil, sendo usado por 97% das empresas consultadas. Além disso, lidera o mercado de servers com 58%, frente ao Linux com apenas 8%. E no mundo inteiro essa onipresença desse sistema operacional é também gritante, pois não fica muito aquém desse número: 95%.  É evidente que essa hegemonia quase que absoluta da Microsoft, é tão perniciosa quanto venturosa para a humanidade. Mas, que fazer, frente à competência técnica, administrativa e empresarial da Microsoft? Ou, em outros melhores termos: que fazer, frente à certa incompetência técnica, administrativa e empresarial de suas concorrentes, que até têm formulado alianças estratégicas entre si, sem conseguirem deter o avanço da maior empresa de software do mundo?

 

A grande esperança é o Linux.  Mas não aquele Linux de uns e de outros, feito MUMPS e Unix de outrora, que mais tendem a prejudicar o pingüim do que mantê-lo vivo e mais desenvolvido do que nunca.

 

Senão, analisemos antes em detalhes, a história desses dois sistemas operacionais, que tinham tudo para pelo menos estarem concorrendo hoje com o Windows, abrilhantando o mercado da concorrência perfeita. Ou senão, se tivessem obtido efetivo sucesso, não só no mundo corporativo como também entre usuários comuns, quem sabe, o mundo da Tecnologia de Informação seria muito diferente. Talvez melhor.

 

Este artigo pretende efetuar uma análise crítica do mundo Linux e mostrar que seus atores tendem  a levar o pingüim para a dissolução ou para redução do seu potencial de crescimento.

 

O MUMPS seguiu o caminho da dissolução. O Unix, da redução. Ambos e outros deixaram brechas, para que a estrela do Windows brilhasse, a Microsoft tornasse a maior empresa de software do mundo e Bill Gates, Paul Allen & Steve Ballmer ingressassem  no clube dos homens mais ricos deste planeta. Então, comecemos analisando a história. 

 

MUMPS

 

O Mumps – Massachusetts General Hospital Utility Multi Programming System foi criado em 1967, por um grupo de médicos, analistas de sistemas, programadores e outros profissionais, do Laboratório de Computação do Massachusetts General Hospital, sob coordenação geral do médico Octo Barnett. Foi muito mais que um simples sistema operacional multiusuário time-sharing multitarefa, porque em torno deste foram desenvolvidos um SGBD – Sistema Gerenciador de Banco de Dados hierárquico e uma LP – Linguagem de Programação interpretada. Um sistema operacional que foi desenvolvido para gerenciar bancos de dados médico-hospitalares e obteve tamanho sucesso, que ampliou seus horizontes para todo o mundo dos negócios nos Estados Unidos e no mundo inteiro.  O mesmo aconteceu no Brasil, onde o MUMPS foi pela primeira vez utilizado no Hospital da UFRJ – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, implantado pelo professor Luiz Carlos Lobo, nos Anos 70.

 

O sucesso realmente foi tão grande que várias empresas investiram nesse ambiente operacional integrado, fazendo surgir vários dialetos a partir do original – só para se ter uma idéia, já em 1972, existiam 14 versões da linguagem MUMPS.

 

A busca pelo aprimoramento contínuo de um lado, e a competitividade num capitalismo de livre concorrência de outro, provocaram esse fenômeno, que economicamente é salutar, porque oferece ao mercado diversas opções de um mesmo produto, sem cair nas masmorras da dominação de um ou outro agente econômico. Mas, por outro lado, esbarrou em um problema técnico crítico: incompatibilidade entre vários dialetos.

 

Preocupados em sanar esse problema, em 1972 foi criado um comitê de desenvolvimento do MUMPS, envolvendo os principais desenvolvedores dos dialetos, para estudar a possibilidade de ser criada uma padronização da linguagem. Finalmente, após anos de esforço, tal padronização foi adotada e foi formalmente descrita na publicação ANSI XII.I-1977 do American National Standards Institute. Mesmo assim, com todos esses esforços despendidos, o número de dialetos persistiu, desta vez em torno de um único padrão – sobre ele cada empresa concorrente ofertou ao mercado seus produtos diferenciados e aprimorados, caindo na mesma ladainha técnica: falta de compatibilidade de aplicativos em relação aos mais diversos dialetos MUMPS.

 

Até que em 1990, o MUMPS Development Committee (MDC) decidiu mudar o nome para M-Technology, argumentando que recursos avançados totalmente novos como interface gráfica foram incorporados. E em 1992, os famosos MUGs (MUMPS User Groups), grupos de usuários MUMPS do mundo inteiro aprovaram a mudança. Hoje, apesar de todos essas providências, o MUMPS e toda a M-Technology, dispersaram-se e a grande maioria de seus antigos usuários já migrou para outros ambientes como Windows e Linux. O sistema operacional, o banco de dados e a linguagem de programação MUMPS, simplesmente se diluíram e acabaram derivando e originando outros produtos. De tal sorte que, hoje temos poucos usuários e profissionais MUMPS. Mesmo aqueles seus mais fiéis seguidores, estão sendo obrigados a migrarem para outros ambientes, porque se não bastasse o crucial problema de compatibilidade entre seus dialetos, o ambiente MUMPS deixou de ser atualizado em relação ao progresso tecnológico de outros produtos no mercado, tornando-se rapidamente obsoleto – principalmente com o advento e a disseminação da Internet

 

Finalizando: o MUMPS ficou na saudade para muitos técnicos como eu, que recordam seus anos de glória proporcionando uma solução integrada para empresas, oferecendo sistema operacional com bancos de dados e linguagem de programação. Seus competidores deixaram de atualizá-lo e pararam no tempo, porque demandaram muito tempo tentando apenas aprimorar cada qual o seu dialeto melhor que o do outro.  

 

UNIX

 

O Unix, codificado na linguagem C, que foi desenvolvido um pouco depois do MUMPS, também seguiu trajetória semelhante a esse outrora poderoso ambiente operacional integrado, no que tange ao desenvolvimento de dialetos.

 

O Unix foi idealizado e desenvolvido inicialmente por Kenneth Thompson(1943) e completado com a ajuda de Dennis Ritchie(1941) que criou a linguagem C justamente para desenvolver um sistema operacional mais portável – o que não ocorria na época, porque a maioria dos sistemas operacionais era escrita em Assembler. Acabou tornando-se o poderoso multiusuário Unix Time-Sharing System.

 

Em 1974, ambos pesquisadores da Bell Labs da AT & T, escreveram um artigo sobre Unix Time-Sharing System –  http://cm.bell-labs.com/cm/cs/who/dmr/cacm.html –   o que acabou divulgando esse sistema operacional multiusuário a todos os meios acadêmicos.

 

Atendendo a inúmeros pedidos, a própria Bell Labs espalhou amplamente fontes gratuitas a pesquisadores e instituições de ensino e pesquisa. Uma dessas instituições, a University of California at Berkeley, aprimorou a versão 6 do Unix original implementando sucessivos recursos técnicos, até chegar à  versão 4.3 do BSD – Berkeley Software Distribution.  A Berkeley nessa empreitada contou com o apoio da DARPA – Defense Advanced Research Projects Agency, que criou a Arpanet, embrião da futura Internet.  Cabe aqui destacar, que tanto a linguagem C como o próprio Unix, foram ferrramentas-chave para o desenvolvimento da Internet.

 

Antevendo um futuro promissor para o Unix, a maioria dos fabricantes dos computadores aderiu a esse Unix da Berkeley, ao invés da versão oficial Unix System da Bells Labs/AT & T. Algumas outras, evidentemente, seguiram a System. Assim, o Unix original desdobrou-se em dois grandes dialetos: um, da Berkeley e outro, da própria AT&T.  E cada uma das várias  empresas, tratou de contribuir com o fenômeno da multiplicação dos dialetos, a partir desses dois padrões. Isso aconteceu porque o Unix cresceu muito dos Anos 70 para Anos 80, extrapolando dos meios acadêmicos para o mundo dos negócios. Então, cada empresa querendo ganhar sua fatia maior de mercado, foi adicionando ao seu Unix tecnologias diferenciadas, para ser melhor que as outras – a IBM  lançou o AIX, a HP o UX e assim outras tantas empresas seus outros tantos dialetos. Isso sem falar nos chamados Unix Like, como OpenBSD www.openbsd.com e FreeBSDwww.freebsd.com.  E dos Unix likes mais famosos, que são os próprios GNU do Richard Stallman – Http://www.gnu.org, Linux do Linus Torvalds –  http://www.locasite.com.br/plataforma/linux.shtml e Minix do Andrew  S. Tanembaum – http://www.cs.vu.nl/~ast/ - que foi desenvolvido do zero a partir do momento em que a AT & T bloqueou o fonte do System 7 para uso acadêmico. Enfim, de uma forma ou de outra, todos contribuíram para reduzir o crescimento do Unix!!!

 

Resultado: além da racha no mundo Unix ainda estritamente acadêmico, acabou gerando, da mesma forma que o MUMPS, uma série de incompatibilidades entre dialetos desenvolvidos em busca incessante de vantagem competitiva pelas empresas, que acabou emperrando o grande sucesso que era esperado para o Unix – o Unix estava em todas as partes do mundo, com uma base instalada em mais de 100 mil unidades em 1984, mas seus dialetos não se conversavam entre si. Para agravar ainda mais a situação, Unix era incompatível com a maioria dos produtos do mercado.

 

 

Também a exemplo do que ocorreu com o MUMPS, houve uma tentativa de conciliar todos esses dialetos, entre fornecedores de máquinas, preocupados com o futuro de seus negócios. Eles criaram o padrão POSIX – Portable Operating System Interface que produziu a referência 1003.1, patrocinado pelo Comitê de Padronização do IEEE – Institute of Electrical and Electronics Engineers.  Assim, em 1988, foi publicado o POSIX.1, introduzindo no mercado o conceito de Open Systems ou Sistemas Abertos. Apregoaram que estes, reunindo especificações previamente acordadas entre fabricantes, iriam se competir em igualdade de condições iniciais, e assim ofertariam ao mercado múltiplas aplicações e muito mais em conta que outros sistemas existentes, principalmente mainframes. Enfim, propuseram ao mercado, tudo aquilo que hoje se denomina redução de TCO – Total Cost Ownership. Para administrar e divulgar todo esse conceito de sistemas abertos, fundaram a X/Open Company Ltd. Tal iniciativa foi proveitosa para divulgação, mas para sanar a compatibilidade entre dialetos nada adiantou, porque as empresas continuaram competindo cada qual com seu padrão de interesse. Tanto é que um grupo de empresas criou a OSF – Open System Foundation,  para fazer frente à anunciada aliança estratégica entre AT & T e a Sun Microsystems. A AT & T deu o troco, fundando a UI – Unix International, rachando mais ainda a comunidade Unix.

 

Nem mesmo o RISC/Unix, o tão comentado casamento perfeito do software Unix com o hardware RISC – Reduced Instruction Set Computer, ao final dos Anos 80 e início dos Anos 90, fez decolar  o Unix, como anunciaram grandes fabricantes de computadores do mundo inteiro na UnixExpo de Nova Iorque em 1990, conforme o autor deste artigo teve o privilégio de testemunhar pessoalmente.  

 

Até que, a AT & T acabou vendendo o Unix  System para a Novell em 1993. A Novell, não obtendo nenhum resultado que compensasse o investimento, revendeu o Unix para SCO Group. Isso mesmo, é essa mesma SCO – Santa Cruz Operation que hoje está fazendo o maior estardalhaço, processando a IBM, a poderosa Big Blue em nada menos que US$ 3 bilhões de indenização por utilizar códigos Unix no seu AIX. Acabou abalando até a comunidade Linux, pois em 19 de Agosto de 2003 anunciou que iria cobrar US$ 699 por Linux instalado, enviando 1500 cartas às empresas usuárias, ameaçando processo judicial. Também declarou GPL – GNU Public License ilegal.  A distribuição brasileira Conectiva declarou não concordar com a SCO, embora seja sua parceira na distribuição United Linux, juntamente com a Suse e a TurboLinux. 

 

Enfim, concluindo sobre o processo gradativo de redução do mercado Unix, cabe aqui destacar que se não propiciou o tão esperado ROI – Return over Investment para seus investidores, esse sistema operacional pelo menos nos legou 7 grandes contribuições:

 

1. Linguagem C

Esta linguagem de programação foi criada em 1969 por Dennis Ritchie, da própria Bell Labs da AT & T, justamente para desenvolver o próprio Unix, um sistema operacional mais portável que os da época escritos em Assembler.

 

2. Pesquisa Científica

O Unix contribui e muito, com a pesquisa cientifica, porque foi mais portável que outros sistemas operacionais, justamente porque foi desenvolvido em C, mais amigável que outras linguagens como Assembler. Assim, permitiu que sua cópia fosse amplamente distribuída aos pesquisadores com suas mais diversas plataformas de hardware. E estes, puderam dessa forma, efetuar um maior intercâmbio de conhecimentos sob uma mesma base operacional.

 

3. Internet

Com o Unix espalhado pelos Estados Unidos afora e com a C mais portável e assimilável, só faltavam mesmo as tecnologias Ethernet da Xerox PARC e TCP/IP de Vinton Cerf & Robert Kahn, para formar a maior rede planetária de todos os tempos .  

 

4. Unix likes

Milhares de sistemas operacionais semelhantes a Unix, inclusive Minix e Linux, que propiciaram uma diversidade produtiva melhor e maior para os meios acadêmicos, porém com tendência a deteriorar o mercado, para desenvolvedores comerciais.  

 

5. Minix

O Unix era tão funcional e prático para a docência de sistemas operacionais, que Tanenbaum resolveu desenvolver um seu semelhante, para seus chorosos alunos, que começaram sentir falta de um doce tão gostoso, quando a AT & T não mais queria dar. Tanenbaum acabou produzindo um Mini Unix, que Linus Torvalds gostou tanto, e resolveu comer com recheio feito pelos seus cozinheiros da Internet.

  

6. Linux

O Unix bloqueado para a comunidade acadêmica, fez originar do zero o Minix, que Linus Torvalds clonou e chamou de Linux(para que ele sempre fosse lembrado), que sua comunidade Internet aprimorou, e hoje se transformou no maior bafafá da Tecnologia de Informação.

 

7. GNU

GNU is not Unix nasceu chutando a barraca contra AT & T e Parceiros Ltda, e finalmente acabou  se casando com o filho clonado do Minix.  E a novela continua – não percam o próximo capítulo.

  

 

SERÁ QUE A HISTÓRIA VAI SE REPETIR COM O LINUX?

 

Como está dando para perceber, MUMPS e Unix, quase na mesma época, lado a lado fizeram a mesma história com dois filmes de diferentes produtores, cineastas e protagonistas. Fizeram a história dos competidores que buscaram vantagem competitiva, criando diferentes dialetos e por fim, acabaram se transformando em fracassos de bilheteria.

 

Tomara que não tenha o mesmo fim , mas o Linux continua repetindo a mesma história do Unix e do Mumps.

 

Como pudemos analisar anteriormente, o Unix like Linux foi desenvolvido por Linus Torvalds da Helsinki University, Finland, e seus colaboradores voluntários da Internet. Esse mesmo Linus Torvalds que certa vez disse: “eu sou basicamente uma pessoa muito preguiçosa que gosta de ganhar crédito por coisas que outras pessoas realmente fazem”.

 

Linux foi clonado do Minix, um pequeno sistema compatível com Unix, desenvolvido pelo holandês Andrew S.Tanembaum, para o aprendizado de seus alunos, cujo livro de 719 páginas(em edição norte-americana) intitulado Operating Systems – Design and Implementation, Linus devorou em poucos dias. Ele melhorou o emulador de terminal e desenvolveu um novo gerenciador de arquivos bem como um novo Shell a partir do Boune Shell do Unix, seguindo especificações Posix que ele pesquisou em manuais da Sun Microsystems da Helsinki University.

 

Linus tinha por desafio desenvolver um “ Minix melhor que Minix” – a better Minix than Minix”, como ele sempre falou, para vários grupos de discussão na Internet acadêmica da época.  A primeira versão contou com 10 mil linhas de código, e hoje, já passam de 10 milhões.

 

Hoje, 12 anos depois, passada essa fase romântica do Linux, o que nós presenciamos?

 

Como afirma Jacques de Marois,  presidente da Mandrake em entrevista à Revista do Linux, a concorrência entre distribuições é feroz. Tanto é que, Red Hat domina o mercado pingüim, de um lado; e de outro, Suse, Caldera/SCO, TurboLinux  e a nossa brasileira Conectiva decidiram juntar esforços em maio de 2002, para lançarem a distribuição United Linux com cara de Suse, para competir no mercado corporativo contra Red Hat. A própria Conectiva trabalha com duas caras no mercado: uma para o mercado de desktops, seguindo o padrão Red Hat e outra, para o mercado corporativo, cedendo ao padrão Suse. Além do mais, como vimos anteriormente, a SCO além de processar IBM, está abalando o mundo Linux como um todo, objetivando resguardar seu direito de propriedade intelectual e exploração do Unix System que adquiriu da Novell em 1993, sobre todas as distribuições Linux

 

Até FSF – Free Software Foundation e IL – International Linux de hoje, lembram muito a OSF – Open System Foundation e a UI – Unix International dos velhos tempos. Richard Stallman, de 49 anos e criador do projeto GNU – GNU is not Unix, que completa o kernel Linux, fundou a FSF – Free Software Foundation, enquanto John “Maddog”  Hall, 52 anos, fundou a IL – International Linux. O próprio Stallman com muita mágoa tem reclamado, que o Linux deveria se chamar GNU/Linux. Ainda bem que internautas que desenvolveram o Linux com Linus Torvalds, não reclamaram de seus direitos. E o Tanenbaum continua quietinho, em grande estilo.

 

Para esquentar mais um pouco o embate, nasceu em 1997, dentro da própria FSF o movimento OS – Open Source, para flexibilizar a filosofia GPL – General Public License.   Eric Raymond – autor do livro “A Catedral e o Bazar” – best-seller da comunidade free software, Tim O'Reilly – dono da editora O'Reilly especializada em livros técnicos, e Larry Augustin – presidente da VA Research, começaram a apregoar que um software livre poderia ser agregado a um software proprietário – comercial, e vice-versa. Por óbvias razões comerciais.

 

Ora, isso bate de frente com a filosofia do Free Software, que busca o software livre puro desenvolvido por todos e disponibilizado seu código-fonte para todos, sem restrições de uso, distribuição ou venda e aprimoramento, desde que esse aprimoramento seja incorporado ao software todo e disponibilizado à comunidade. É o processo que Stallman denomina de Copyleft resguardado por GPL – General Public License da FSF – Free Software Foundation e direitos internacionais. Tudo começou com Stallman nos Anos 80, quando recebeu uma nova impressora, teve dificuldade de compatibilizá-la ao sistema de impressão porque não tinha acesso ao seu driver; ao solicitá-lo ao fabricante, este exigiu que assinasse um termo de confidencialidade.  Não concordando com esse obstáculo, ele e mais alguns colegas fundaram a FSF para desenvolver um sistema similar ao Unix, com todos os códigos abertos. Acabara de nascer o Projeto GNU.  Tudo isso veio de encontro com todos os hackers que sempre declararam: “toda informação deve ser acessível a todas as pessoas”. Da mesma forma que Tanenbaum, Stallman se sentiu barrado na porta do desenvolvimento e do progresso.

 

O ideal do Free Software é o software livre puro tão sonhado a partir de 1984, quando Richard Stallman criou o movimento GNU – GNU is not Unix. Após 8 anos decorridos, em 1992 tudo estava pronto – EMACS(editor de texto), Compilador GNU C, GNU C Library, Bash(Bourne again Shell) e Ghostscript, além do conjunto de software proprietário: Sistema de Janelas X Window, Formatador de Textos TeX e Berkeley Network Utilities). Enquanto isso, Linus Torvalds e seus colaboradores desenvolveram o Linux em 1991.  Aconteceu a feliz sincronicidade que resultou num perfeito e feliz casamento, entre um e outro que sentiam falta de algo mais, um e outro se completaram e tinham o mesmo gosto: Unix. Como Unix era(e continua sendo) proprietário, cada qual desenvolveu o seu Unix like, para ficar livre de restrições.   E assim  Stallman fundou a FSF e tem viabilizado o movimento com o dinheiro de doações e vendas de software livre. Aproveitando o ensejo, podemos considerar que Stallman foi o primeiro distribuidor GNU, vendendo EMACS a US$ 150 por cópia e a Red Hat, a primeira distribuição GNU/Linux, que depois foi imitada por outras empresas, desenvolvendo assim, a concorrência que hoje o mundo inteiro testemunha.

 

Stallman realmente é um gênio não só técnico como também social e humanista, que instituiu o Copyleft, de um lado, defendendo o software como produto de todo um esforço da humanidade e daí, ser justo disponibilizá-lo a ela. De outro, considera que essa mesma humanidade deve reconhecer o esforço individual de cada um, que contribuiu e contribui para o aprimoramento do todo software – daí o copyright, isto é, garantia de direito autoral a seus autores.  A princípio, não só justo como perfeito seria o GPL, se não apresentasse um risco jurídico nele inerente, decorrente sua característica mais nobre, que só é possível de vislumbrar, analisando-se com mais precisão e acurácia: a participação livre, voluntária e democrática de quaisquer programadores aficionados, no desenvolvimento do sistema operacional GNU/Linux. Ora, programadores são humanos e humanos são ambiciosos. Daí, a característica mais nobre do GPL que é o seu forte, acusar ao mesmo tempo, o seu lado mais vulnerável.  Ambição e discordância andam sempre juntas e tornar-se-ão intransigentes e inevitáveis, na medida em que o Linux tornar-se cada vez mais um sucesso comercial e agregar valor ao seu código-fonte, como aconteceu com o próprio Unix. E essa possibilidade é tão visível, factível e comprobatório: basta analisar aqui, de novo, o caso da SCO processando a IBM e exigindo a indenização de US$ 3 bilhões. Se hoje, a comunidade Linux se abalou com esse affair da SCO, imagine amanhã, dezenas senão centenas de colaboradores Linux criando dezenas de affairs na Justiça.... A verdade é que no desenvolvimento de software todo mundo é colaborativo e solidário, mas na hora de vender o produto ao mercado, todo mundo fica competitivo e vira bicho faminto. Assim, é bem possível que o GPL estará sujeito a toda sorte neste nosso mundo da Tecnologia de Informação e da Internet. Mesmo porque, o Direito ainda está experienciando, amadurecendo e tentando melhor compreender e interpretar uma área tão filosófica tanto quanto extremamente técnica, sem precedentes na história da humanidade.

 

Como se tudo isso não bastasse o GPL, há outros licenses competindo, tais como:

 

MIT X License, que é igualmente muito liberal. Permite a utilização, a cópia, a modificação, a distribuição e a venda do software, com a condição que a nota de copyright seja conservada em todas as cópias, e que o nome MIT não seja utilizado como publicidade sem permissão escrita previamente.  Diferentemente da GPL, não obriga a distribuição do código fonte.

 

BSD License, que permite igualmente a livre utilização, modificação e redistribuição do código, com a seguinte exigência:. que toda publicidade mencionando características e utilização do software, deve ser acrescentado do seguinte agradecimento: “This product includes software developped by the University of California, Berkeley and its contributors.”.  Além disso, proíbe a utilização do nome da universidade e dos colaboradores sem prévia  permissão por escrito. Da mesma forma que MIT X License, não obriga a distribuição do código fonte.


Cabe aqui ressaltar, que todas essas l
icenças, inclusive GPL, como permite a lei, não propiciam nenhuma garantia do software. E não devem ser confundidas com Software de Domínio Público. Pois este não tem direito autoral, e daí, pertence literalmente, ao público, como é o caso do TCP/IP

 

A bem da verdade, existem várias licenses e Unix likes constituindo todo um mundo de dialetos Unix, onde Linux é mais um e o mais famoso deles. Cabe aqui destacar mais uma vez, que o Linux, é um clone do Minix de Andrew Tanenbaum que escreveu a primeira camada do kernel em Assembler  e o restante das camadas em C, “compatível com Unix do ponto de vista do usuário e completamente diferente interiormente”, como afirma taxativamente o próprio autor no seu extraordinário livro “Sistema Operacionais – Projeto e Implementação”. Ele resolveu escrever o Minix apenas para fins educacionais – para ensinar a prática de sistemas operacionais a seus alunos – porque a partir do System 7, a AT & T proibiu o uso do código-fonte até para fins acadêmicos, visto que ela percebeu que era detentora de um produto comercial valioso. Diga-se de passagem, que partindo dessas informações de Tanenbaum e de outras fontes, conclui-se que  o Minix é parecido com mas não é Unix, e que o Linux é um clone do Minix com Shell aprimorado a partir do Boune Shell do Unix.  Isto é, a princípio SCO nada tem a reclamar com o Minix, mas Linux pode ter brecha para as fincadas da dona do Unix System.

 

Anos mais tarde, “um estudante finlandês, Linus Torvalds, decidiu escrever um clone do Minix projetado para ser um sistema de produção carregado de recursos, em vez de uma ferramenta educacional. Assim nascia o Linux” em 1991 – tomando emprestadas as próprias palavras do brilhante Tanenbaum. Como se percebe, a frase “ Minix melhor que Minix” – a better Minix than Minix foi de encontro aos objetivos de Tanembaum,  que não só desenvolveu Minix para fins acadêmicos, como também propiciar uma ferramenta de aprendizado para que estudantes e grupos de discussão na Usenet, o tornassem melhor e maior.

 

Acreditamos que esse desenrolar técnico e histórico é necessário compreender, para analisarmos e sermos agentes pró-ativos para o sucesso do Linux ou de quaisquer outros Unix likes.  Seria necessário também sair daquele looping que deixou outrora zonzos, os ativistas do MUMPS e do Unix

 

UMA ESTRATÉGIA PARA O SUCESSO DO LINUX

 

O embate maniqueísta é salutar, mas até um determinado limite. E esse limite já chegou. Chega de apenas ficar comparando Linux com Windows e vice-versa.

 

De nada adianta as comunidades Linux, GNU, GNU/Linux e outras Unix likes tentarem condenar Windows a torto e direito. Também de nada adianta tentarem demonstrar que Linux é melhor que o Windows, como têm feito simpatizantes e interesseiros do pingüim. Linux pode até ser bem melhor que Windows interna e tecnicamente, mas o sorridente adversário, caiu na graça do usuário comum dos mortais, porque ele é simplesmente prático e fácil de usar.

 

Windows é ainda uma maravilha para o usuário leigo em Tecnologia de Informação, porque é uma casa prontinha para morar, com opções de modular seus cômodos e ainda permite decoração personalizada de todos seus recintos; além do mais, permite aumentar o tamanho da casa para cima e para os lados – estrategicamente a Microsoft optou em primeiro lugar pela compatibilidade externa com os produtos do mercado, e depois melhorar a estabilidade interna. Deu uma de IBM quando esta lançou nos Anos 60 o primeiro computador de uso geral, o famoso System/360 que causou o maior frisson na época, ao compatibilizar um computador tanto para fins comerciais como também para fins científicos – a Big Blue apostou no sucesso com milhares e milhares de bugs em Assembler, que o autor deste artigo teve o privilégio de presenciar seus resultados sob a forma de dump de memória. Por outro lado,  GNU/Linux em geral, ainda não oferece uma casa totalmente pronta para qualquer um morar, a não ser componentes de casa ainda a serem montados e acabados – mesmo assim, podem faltar uns e outros componentes – não é à toa que as distribuições tentam  cada vez mais ofertar ao mercado, casas cada vez mais prontas para morar – e estão conseguindo. Se pudermos chamar de erro estratégico, diríamos que a comunidade Linux tem dado mais atenção à estabilidade que à compatibilidade – o que caracteriza bem o técnico com sua busca pelo sistema perfeito e redondo, ao contrário do  empreendedor oportunista que busca resultados financeiros em primeiro lugar. Desenvolvedores Linux optaram pela estabilidade interna com limite de produtos enquanto Microsoft estrategicamente escolheu a instabilidade com uma gama enorme de produtos, agradando todo mundo, parceiros de oferta e usuários ávidos por consumir. Eis o segredo do sucesso Microsoft.

 

Hoje, enquanto a Microsoft busca a estabilidade com o mercado conquistado e a ser mantido, desenvolvedores Linux fazem o inverso: buscam a compatibilidade num mercado ainda a ser conquistado. O problema é que essa compatibilidade não é uma só: é tanto interna quanto externa. Interna, no que tange ao sistema operacional, e externa no que se refere a aplicativos comerciais. Com uma agravante: como padronizar e normatizar árvores de diretórios, pacotes e bibliotecas comuns e aprimorar a Especificação LSB – Linux Standard Base, se as próprias distribuições não se entendem e umas tentam podar as outras? Já não basta a situação critica em que se encontra a maioria das distribuições, que anda mal das pernas financeiramente? A verdade é que a Microsoft desde seu início procurou brechas no mercado a trancos e barrancos, toda desajeitada, jamais desistiu de lutar por dias melhores,  venceu na vida e agora voa cada vez mais alto. Feito Fernão Capelo Gaivota. Vai acabar comprando alguma distribuição Linux. Mesmo porque a Novell já tomou a dianteira, adquirindo em 4 de Novembro de 2003 a Suse, por US$ 210 milhões. Isso mesmo, a mesma Suse que anunciou em maio de 2002 a aliança estratégica United Linux, uma distribuição para o mundo corporativo.

 

Mas a rigor, tecnicamente, nem daria para comparar um com outro, simplesmente porque o Windows é uma caixa preta e daí, quase ninguém tem acesso ao seu código-fonte, bem ao contrário do Linux, que todo mundo pode ter acesso e mexe nele feito casa de maria joana; além do mais, Linux é originário de um projeto multiusuário enquanto Windows na sua origem é monousuário – logo de cara podemos dizer que o primeiro é superior tecnicamente e mais apropriado para servers. Tem tudo para ganhar a parada no mercado de servers para grandes corporações e aumentar sua participação de apenas 8%.

 

Enfim, não só Linux como também outros Unix likes, tem todo potencial para não só abocanhar uma parte dos 95% do mercado mundial da Microsoft, como também conquistar mercados novos que se formarão, contribuindo para o desenvolvimento de um mercado de concorrência perfeita.

 

Para tanto, a comunidade Linux poderia:

 

1. Deixar de lado a postura um tanto quanto maniqueísta, que conforme já analisamos, dissolveu o MUMPS e reduziu o mercado Unix.

 

2. Adotar uma postura pró-ativa, humilde e perceptiva, seguindo o exemplo de Douglas Ivester. Num certo dia de 1999, Douglas Ivester, que sucedeu Roberto Goizueta, o outro lendário presidente mundial da Coca-Cola, muito sabiamente observou: “vendem-se 1 bilhão de latas e garrafas de Coca-Cola por dia. Mas para cada Coca-Cola, vendem-se 47 refrigerantes que não são da Coca-Cola.”. Ora, por que não, de um lado, perceber e reconhecer humildemente que a Microsoft detém 95% do mercado mundial, e de outro, vislumbrar uma oportunidade de conquistar pelo menos parte desse grande mercado adotando uma postura pró-ativa? Essa poderia ser a postura que as distribuições em geral poderiam adotar, e de resto trabalhar em consonância com as leis do mercado. Se assim atuarem, dia chegará em que a Microsoft reduzirá seus preços aos patamares das distribuições, ou então, os preços delas alcançarão os níveis da Microsoft, tendendo a igualar a todos em termos de TCO – Total Cost of Ownership. E aí teremos o mais salutar dos mercados.

 

3. Implementar Alianças Estratégicas Técnicas e Comerciais. Concorrentes de ontem são os parceiros de hoje, porque o mundo mudou e o mercado encolheu.  A exemplo da nossa brasileira Conectiva, que trabalha com duas caras no mercado – uma para o mercado de desktops, seguindo o padrão Red Hat e outra, para o mercado corporativo, cedendo ao padrão Suse da United Linux – os pingüins só terão a ganhar uns colaborando com outros, não só no projeto e desenvolvimento de software,  como também na hora de vender o produto ao mercado. Mesmo porque, embora o mercado tenha encolhido, este mesmo mercado poderá ser melhor distribuído e todos podem ter a bola da vez. Parafraseando John Lennon, você poderá dizer que eu sou um sonhador.

 

4. Linux, GNU, GNU/Linux e outros Unix likes poderiam incentivar, promover, fomentar e apoiar mais não só distribuições – em prol da dinâmica capitalista, como principalmente instituições de ensino e pesquisa – praticando a gratuidade em prol não só da Ciência e Tecnologia, como também da Educação e Ensino para Todos, de onde são originários. Seria até uma estratégia de atualização tecnológica, isto é, uma forma de aprimorar-se a si próprio, implementando intercâmbio não só com o mundo dos negócios, como também com o mundo acadêmico-científico, tomando proveito de ambos. E por conseguinte, formando e disseminando a Cultura Linux ainda muito incipiente. Linux poderia trabalhar independentemente em busca do seu kernel puro e do seu aprimoramento, além de desenvolver as camadas de usuário do sistema operacional, tornando-o mais completo, como objetivou Linus Torvalds, quando resolveu desenvolver um “Minix melhor que Minix”.  GNU também poderia fazer o mesmo, desenvolvendo finalmente o tão sonhado kernel constituído de GNU Hurd e Microkernel Mach. E nada impede, a não ser por falta de tempo e dinheiro, de o casal atuar junto também sob um mesmo projeto, além de atuarem independentes entre si: é muito alentador sentir que GNU/Linux já deu certo e pode contribuir mais ainda para a humanidade.  Enfim todos, inclusive outros Unix likes, poderão contribui de uma ou outra forma.

 

5. Fortalecimento, Solidificação e Preservação da Identidade Linux. A tendência de um software livre é a  de se derreter por aí. Por outro lado, um software de um único fornecedor como Microsoft, tende a manter corpo como um todo monobloco, porque disponibiliza apenas o código-objeto e quase ninguém conhece e daí ninguém mais a não ser seu dono mexe no código-fonte. Mesmo com uma FSF – Free Software Foundation zelando pelo Copyleft, um free software como Linux, tende a ser passado para trás por um software proprietário como Windows. Qualquer  upgrade significativo de um free software podem ser implementado num proprietário – não exatamente com o mesmo código original, mas com código e lógica ligeiramente diferenciados e mascarados –  mas, o inverso é quase impossível. A Microsoft ou qualquer outra empresa pode fazer isso enquanto a comunidade free software disponibiliza ingênua, pública e amplamente o produto final, depois de redobrados esforços de seus colaboradores. E isso é injusto, muito injusto, mas possível de acontecer. Não foi à toa que Alan Cox, coordenador de desenvolvimento do kernel do Linux , que foi sucedido pelo brasileiro Marcelo Tosatti, disse certa vez, que Linux não é propriamente um sistema operacional, mas um kit para sistemas operacionais, por fomentar distribuições. Poderemos aqui emendar e afirmar que além de fomentar distribuições, poderá disponibilizar gratuitamente upgrades e aprimoramentos aos sistemas operacionais proprietários, possibilitando a estes, uma injusta vantagem competitiva sobre o free software. Por estas brechas, é que o Linux corre o grande risco de se dissolver em outros sistemas operacionais ou mesmo ocorrer a redução do seu potencial de crescimento. É aí que as distribuições – com seus distros compatíveis não só entre si, como também em relação ao próprio Windows, podem entrar com seu papel preponderante como guardiões da continuidade do Free Software. De um lado, propiciando ao mercado um vantajoso e competitivo TCO – Total Cost Ownership, ofertando competentes serviços de suporte técnico e treinamento,  e de outro, fomentando todas as iniciativas Free Software.  

 

Venturosos sejam Linux, GNU, GNU/Linux, Unix likes, e Distros!  Que Minix  ainda seja amplamente reconhecido, como o boot que carregou o Linux no mundo do free software!  E que Microsoft também continue tendo sucesso, para o bem do mercado da concorrência perfeita! Pois há lugar para todos, ainda.

  

Bibliografia

 

 

Sobre MUMPS:

 

TORNQUIST, Martin; MONTEIRO, Beatriz de Freitas e BULHÕES, Margareth Leitão.  MUMPS – Uma Nova Abordagem. Rio de Janeiro: Campus, 1988.

 

WebZip – http://members.tripod.com/~netopedia/informat/mumps.htm

 

 

Sobre Unix:

 

NORTON, Peter e HAHN, Harley.  Peter Norton – O Guia do Unix.  Rio de Janeiro: Campus, 1992.

 

Árvore Genealógica do Unix –  http://freebsd.dep.ufscar.br/palestras/paniago/img2.htm

 

 

Sobre GNU/Linux:

 

Kernel do Linus Torvalds –  Http://www.kernel.org

 

United Linux – http://idgnow.terra.com.br/idgnow/corporate/2002/10/0025

 


Sobre Minix:

 

TANENBAUM, Andrew S. e WOODHULL, Albert S. Sistemas Operacionais – Projeto e      Implementação.  Porto Alegre: Bookman, 2002.

 

  

Sobre Fernão Capelo Gaivota:

 

BACH, Richard. Fernão Capelo Gaivota. São Paulo: Record, 1974.